quinta-feira, 24 de março de 2011

Richie Kotzen - 19-03-2011 - São Paulo - SP (Carioca Club)


Por Juliana Lorencini
Fotos por Juliana Lorencini

O guitarrista norte-americano Richie Kotzen, em sua recente passagem pelo Brasil, se apresentou neste último sábado, 19 de Março, na casa de shows Carioca Club em São Paulo. Kotzen que já havia feito uma apresentação, mas em versão acústica na semana anterior no Blackmore Rock Bar, também em São Paulo, desta vez fez uma apresentação elétrica, para a alegria de muitos fans que ainda preferem vê-lo plugado.

Às 18h40 sobe ao palco a banda brasileira Temppest, encarregada de abrir a noite e preparar o público para Kotzen, com um setlist menor do que ao que a própria banda previa, devido a falta de tempo, o Temppest mesclou entre canções novas que incluiu uma do novo trabalho e covers sendo elas uma em especial do Gotthard dedicada a participação do vocalista BJ, num recente tributo a Steve Lee que faleceu recentemente em um acidente de moto.

Então, as exatas 19hs, sobe ao palco Richie Kotzen acompanhado dos músicos o baterista Mike Bennet e o baixista Daniel Pearson, que já o acompanha a algum tempo, e esteve com Kotzen pelo menos em suas últimas três passagens pelo país. Quando as cortinas se abrem Kotzen e sua banda já estão apostos e começam com “Best of Times”, seguida por “Long Way From Home”, “Love Divine” e “Fooled Again”, “Faith” e “So Cold”.



Kotzen esboça suas tradicionais dançinhas e faz um show muito intimista apesar de desta vez não estar em uma casa tão pequena quanto as que costuma se apresentar. Outro detalhe é que Kotzen emenda uma música em outra, sem pausas para conversas com o público ou saídinhas do palo.

Um dos momentos mais aguardados e que é sempre motivo de expectativa é saber se Kotzen tocará algo relacionado a sua carreira no Mr. Big, já que isto não é um fato sempre presente em seu setlist, mas lembrando ainda que Kotzen já dividiu o palco com Eric Martin em uma de suas vindas ao Brasil, fazendo daquele um momento único para os fans que não esperavam pelo dueto. Desta vez para grande alegria do público em especial, a minha, “Shine” (Mr. Big) foi a escolhida!
Vem então “High”, “Stand” (Poison), “You Can't Save Me” e “Doing What the Devil Says to Do” que eu considero uma das melhores de toda sua carreira.

Kotzen indica o que seria o final do show com “Paying dues”, se despedindo de todos e anúnciando que aquela seria a última música da noite, mas para todos os fans habituais de seu show, sabíamos que haveriam mais algumas, alguns clássicos ainda estavam faltando. A banda se despede do público, mas em cerca de 2 minutos, me arrisco até mesmo a dizer que menos retornam com “Remember”, com toda certeza uma das baladas mais esperadas da noite. E enfim encerram com “Go Faster” quando Kotzen mais uma vez se dirige ao público de maneira discreta, agradecendo a presença de todos.

Para quem já conhece o guitarrista de longa data, sabe que seus shows normalmente tem esse ar mais fechado e que Kotzen não é muito de falar durante suas apresentações, mas confesso que neste ele estava mais quieto do que o de costume, porém algo é inegável, seu talento, a perfeição com que canta e toca são indiscutíveis. Mesmo sem dizer uma palavra Kotzen proporcionou a todos uma grande noite numa mistura na medida certa de blues e rock and roll, até o momento em que sua falta de carisma acaba se tornando um charme.

Setlist:
Best of Times
Long Way From Home
Love Divine
Fooled Again
Faith
So Cold
Shine (Mr. Big)
High
Stand (Poison)
You Can't Save Me
Doing What the Devil Says to Do
Peace Sign
Paying Dues
Remember
Go faster





quinta-feira, 17 de março de 2011

Mayhem e Taake - 11-03-2011 - São Paulo - SP (Carioca Club)

Por Leandro Cherutti
Fotos por Leandro Cherutti e Juliana Lorencini

Mayhem! Um nome com um passado sangrento, homicídio e satanismo fizeram parte de sua longa trajetória, uma banda com altos e baixos, amada por alguns e odiada por outros. É quase impossível alguém que goste de black metal, nunca ter se deparado com alguma história envolvendo este nome, pois bem, no último dia 11 de março deste ano, esta banda de Black Metal que gerou tanta polêmica nos primórdios dos anos 90, se apresentou pela segunda vez em 27 anos de blasfêmia, na cidade de São Paulo, nesta ocasião ao lado da também norueguesa Taake, liderada pelo vocalista Høest (ex-Ragnarok).

O evento teve seu início por volta das 19h15, com a banda brasileira ColdBlood,o público era muito pequeno, mas isto não desmotivou os cariocas que lançaram ao ar,o seu venenoso Death Metal.Pontualmente as 20 horas, um breve silêncio nos PA’s chegou a hora do Taake fazer sua estréia em solo brasileiro, as cortinas se abriram e Tundra (guitarra), Aindiachal (guitarra), V'gandr (baixo) e Thurzur (bateria) já estavam apostos em palco, todos devidamente trajados no melhor estilo Black Metal, mas ainda faltava um, o grande nome e líder da banda, Høest, que segundos depois deu o ar da graça, coberto pela bandeira da Noruega, dando o ponta pé inicial com a faixa “Tykjes Fele” um clássico da banda, a próxima a ser desferida foi a cadênciada e intensa “Umenneske”, Høest, possui um vocal forte e agressivo, muito parecido com o obtido em estúdio, ele as vezes parecia estar em outra dimensão, com uma encenação perfeita, em seus olhos lentes de contato brancas que o deixava com um olhar vago. A banda ainda executou as longas "Hordalands Doedskvad I” e Hordalands Doedskvad III“ do álbum de 2008 entitulado Taake veio “Doedsjarl” e a música que foi um dos pontos altos da noite, a contagiante Nattestid ser porten vid I”, com um setlist curto porém forte, a horda demonstrou todo o seu poder, perante um público um pouco mais aproximadamente 250 pessoas.

Um breve intervalo, hora dos fãs respirarem, comprar algo no bar e se preparar para a grande atração da noite, às 21 horas, Morpheus (guitarra), Hellhammer (bateria), Necrobutcher (baixo), Teloch (guitarra) e Attila Csihar (vocal) assumiram suas posições no palco, Attila era o único membro caracterizado da banda, trajava uma vestimenta parecida com uma batina, toda manchada de sangue na região do Torax,em seu peito um enorme crucifixo invertido e em uma das mãos, possuía uma forca e algo parecido com um defumador usado pela igreja católicas. A banda começou o seu set de músicas com a excelente “Pagan Fears “ do cd De Mysteriis Dom Sathanas e “Ancient Skin” do Ep Wolf's Lair Abyss. O que me chamou atenção, foi a forma calma e serena que o baixista Necrobutcher conduzia o seu instrumento,”Cursed In Eternity” foi mais uma lembrada na noite, faixa que originalmente foi gravada por Euronymous (Øystein Aarseth), na seqüência veioA Time To Die” e logo atrás “View From Nihil” som que entrou na compilação European Legion ,ainda tivemos lenta “Illuminate Eliminate” do último álbum “Ordo Ad Chao” .

O grandalhão vocalista é uma atração a parte no palco, por diversas vezes se batia com corda a mesma utilizada para a forca além uma atuação teatral em sua apresentação, Hellhammer por sua vez, sempre muito preciso em sua bateria, e as guitarras de Morpheus e Teloch trabalharam em conjunto, mantendo o peso na sonoridade, um dos grandes clássicos da banda ” Freezing Moon “ levou todos ao delírio, fazendo com que todos cantassem o seu refrão, a intro ”Silvester Anfang deu a abertura para a lendária ”Deathcrush” de 1987, ”Buried By Time And Dust “ foi tocada de forma magistral, a banda também fez sua homenagem ao Brasil, com a música do Sepultura Troops Of Doom” , nesta hora no meio do público prestigiando o show estava Høest e logo mais ao lado o guitarrista da banda Belga Enthroned, Tzelmoth, com um setlist para muitos fãs fraco o Mayhem finalizou com “De Mysteriis Dom Sathanas” e “Pure Fucking Armageddon”, clássicos como “Funeral fog” e “Carnage” não se fizeram presentes no show, mas sem dúvidas o Mayhem cumpriu o seu papel, com um belo espetáculo. São Paulo teve mais um grande evento organizado pela Tumba Produções, uma pena os fãs não terem comparecido em massa.