segunda-feira, 30 de abril de 2012

Decapitated: “Não tenho problemas com a Igreja, minha música apenas fala sobre humanos”


A enxurrada de atrações internacionais tem proporcionado aos fãs brasileiros a verdadeira oportunidade de conferir muitas bandas que estavam faz tempo naquela listinha de shows imperdíveis. Agora chegou a vez dos poloneses do Decapitated. Mestres do technical death metal, o grupo tem apresentações agendadas em Hortolândia (25/05 – Barka MadaRock) e São Paulo (26/05 – Blackmore Rock Bar).

Waclaw “Vogg” Kieltyka (guitarra), Kerim “Krimh” Lechner (Thorns of Ivy, Tone Intimacy – bateria), Rafal Piotrowski (Ketha, Forgotten Souls – vocal), and Filip “Heinrich” Halucha (Venesia, Rootwater, Unsun, Masachist – baixo) desembarcam por nossas terras para promover o álbum “Carnival is Forever”.

Na entrevista abaixo, Waclaw “Vogg” Kieltyka fala sobre a expectativa da banda em tocar pela primeira vez no país, comenta o trágico acidente de 2007, a repercussão do novo disco, o novo lineup e frisa que estão longe de ser polêmica.

por Juliana Lorencini – especial para The Ultimate Music – Press
edição Costábile Salzano Jr.
Essa é a primeira vez que a banda vem ao Brasil. Qual a expectativa de vocês para os shows por aqui?
Vogg: Hey, essa será a primeira turnê mesmo na América do Sul. Estamos muito felizes e animados com essa viagem. O que posso dizer, depois de muitos anos finalmente estamos indo tocar no seu país. Tenho muitos amigos aí e espero encontrar com todos eles e também estou certo de que os shows serão incríveis. Espero por muita gente, ótimos shows e claro, voltar com grandes lembranças do Brasil.

“Carnival Is Forever” foi o primeiro álbum do Decapited com a nova formação. Como foi o processo de gravação e composição de um novo álbum após o período conturbado que a banda viveu?
Vogg: Isso foi diferente, totalmente diferente. Sou o único membro original da banda atualmente, então com os novos músicos eu tive que aprender a fazer músicas de um novo jeito. Eu tinha muito material feito com Witek, então eu terminei isso com Krimh e descobri que Kerim é muito rápido com arranjos. Portanto, mesmo se eu trabalhei com um baterista diferente isso foi legal, eu não esperava que o processo de composição fosse ser tão fácil.

Qual foi a principal inspiração para a composição de “Carnival Is Forever”?
Vogg: Difícil dizer. Muitas coisas me inspiram para fazer riffs. A música que eu escuto, meu ambiente, minhas experiências, etc. Eu estava em depressão, porque perdi meu irmão e acredito que a atmosfera desse álbum está conectada com meus sentimentos.

Como vocês sentiram as críticas vindas dos fãs e da mídia em relação à “Carnival Is Forever”?
Vogg: Foi com certeza interessante ler as opiniões sobre esse álbum, porque ele é diferente de qualquer outro que lançamos no passado. Então as pessoas não podiam adIvinhar o que seria esse álbum. Algumas pessoas gostaram, outras não, mas isso é sempre assim, de qualquer forma eu li muitas resenhas favoráveis e muitos bons músicos me disseram que gostaram, então estou feliz. E, pessoalmente, eu amo esse álbum.

O Decapitated a cada álbum se tornava mais técnico e mais complexo em suas composições. Porém em “Carnival is Foverer” o que se vê é uma volta aos primeiros trabalhos da banda, com músicas mais diretas e não tão complexas, mas ainda mantendo a técnica. Vocês concordam como essa visão? Como vocês descreveriam o álbum?
Vogg: Sim, eu concordo. De fato, “Carnival” é um pouco mais fácil, comparado, por exemplo, com “Organic” que é mais direto, mas é por isso que soa grande quando o tocamos ao vivo. Quero fazer esse álbum ser calmo, fácil e energético. Ele é como algo que eu não estava apreensivo para tocar, o que eu sinto é que você pode ouvi-lo pela primeira vez com a mente aberta, canções longas, como a faixa-título, mas ainda esse álbum é bem rápido e agressivo. Eu o acho interessante, porque cada música é diferente, e você pode achar nele muitas formas diferentes de não tocar sempre a mesma merda!

Este ano vocês lançaram o videoclipe da música “Pest”, produzido por Grupa 13 e dirigido por Dariusz Szermanowicz. Por que essa foi escolhida a primeira faixa a ser single? E como foram as gravações do vídeo?
Vogg: Apenas decidimos que “Pest” seria a melhor música para o primeiro videoclipe, essa é uma música do caralho, espontânea, energética e atmosférica. Essa música descreve um pouco do que você pode achar no álbum todo. Gravamos o vídeo em um dia, em Wroclaw, nós todos estávamos de ressaca, porque um dia antes bebemos e provamos algumas cervejas locais… Então isso foi bem difícil de se fazer desta vez. Mas agora temos um novo vídeo para acrescentar, com “Homo Sum”que é totalmente diferente, em preto e branco, e é incrível!

Após o acidente que ocorreu em 2007, muitos e até mesmo a banda tinha incertezas sobre seu futuro. Como é para vocês lançar um novo álbum e em estar em turnê novamente após tantos anos sem tocar?
Vogg: Isso foi há muitos anos. Antes de eu voltar com o Decapitated, eu participei do Vader, fiz 150 shows com eles. Então não estava nos palcos por dois anos após o acidente, foi bom estar em turnê de novo, eu amo isso. As vezes, me sinto um pouco estranho porque tenho novas pessoas a bordo, mas sei que não posso fazer nada sobre isso. Não posso voltar atrás no tempo, então… Estou feliz pelo que tenho e festejo cada minuto no palco, no ônibus de viagem, etc.


Como se deu a escolha dos novos membros? Vocês acreditam que eles sofram uma pressão ainda maior em substituir Vitek e Covan após sua trágica saída da banda?
Vogg: Apenas escolhi esses caras porque eles são bons músicos e podem tocar de uma maneira diferente do que Witek e Covan, mas ainda com qualidade. Nos sentimos bem no palco, especialmente depois de dois anos tocando juntos, e está ficando melhor e melhor a cada show que fazemos.

O que você fez nesse período em que esteve afastado da música?
Vogg: Estava trabalhando numa loja de instrumentos musicais em Cracóvia. Vendendo equipamentos de guitarra, etc. Foi um bom tempo, fiz novos amigos lá, e me ajudou muito depois da tragédia. Então eu entrei para o Vader e gastei algum tempo com eles, o que também foi uma experiência muito legal. Foi então que comecei a procurar por novos membros e decidi continuar com o Decapitated.

Em janeiro deste ano, os pais do ex-vocalista Covan foram a TV polonesa pedir ajuda para manter um tratamento, que tem tido efeito em seu filho. Vocês ainda mantém contato com Covan ou sua família? Têm acompanhado seu estado de saúde após o acidente?
Vogg: Claro que tenho contato com ele e sua família. O vejo todo mês, às vezes, toda semana. Nós moramos na mesma cidade. Ele precisa de ajuda, porque ainda está numa má condição, você pode ir em www.wakeupcovan.com e lhe enviar algum dinheiro via paypal se quiser ajudá-lo. Desde já agradeço a todos que puderem ajudar.

A Polônia tem sido vista como um dos países com leis e censura mais severas em relação a certos estilos musicais. O Black Metal, por exemplo, tem sofrido muito com esse preconceito instaurado na sociedade polonesa, mas ao mesmo tempo a impressão que tenho é de que Nergal se tornou muito popular por lá ao longo dos anos. Como vocês vêem essa situação e a que acham que ela se deve?
Vogg: Não tive nenhuma situação assim durante minha carreira, não somos uma banda satânica e não tocamos qualquer situação religiosa, então ninguém teve problemas com isso. Falamos sobre humanos em nossas letras. Sei que isso é um saco para Behemoth e Vader, por exemplo, mas por um outro lado isso é bom para promover, políticos e religiosos falando sobre você em todos os jornais, essa é a razão pela qual Nergal é tão popular na Polônia, todo mundo o conhece.

As bandas de Death Metal acabam passando pelo mesmo de situação?
Vogg: Como disse, na verdade não. Não tenho problemas com ninguém. Toco minha música e não dou a mínima para mais nada.

Muito obrigada pela entrevista. Por favor, deixe um recado aos fãs brasileiros.
Vogg: Brasil, nós estamos chegando! O Decapitated vai chutar a sua bunda e teremos bons momentos! Vejo vocês em breve!

Serviço SP
Dark Dimensions apresenta Decapitated pela primeira vez no Brasil
Data: 26 de Maio
Local: Blackmore Rock Bar
Endereço: Alameda dos Maracatins, 1317 – Moema
Abertura da casa: 18h30
Show pontualmente: 20h
Ingressos:
Pista: R$ 40,00 (estudante) – R$ 80,00 (inteira)
Camarote: R$ 50,00 (estudante) – 100,00 (inteira)
Ponto de venda: Hellion – Galeria do Rock
Ingressos online: http://darkdimensions.webstorelw.com.br
Imprensa: (13) 9161.6267 – press@theultimatemusic.com

Arkona – 28-04-2012 – São Paulo – SP (Clash Club)

Arkona faz verdadeira festa pagã a São Paulo

Texto e fotos por Juliana Lorencini 

O Arkona, um dos nomes mais respeitados do cetic/folk metal mundial, finalmente desembarcou pela primeira vez no Brasil. Após shows em Cataguases e Belo Horizonte, no último sábado (28/04), a banda russa fez sua tão aguardada apresentação em São Paulo.

A noite começou de forma diferente, primeiros tivemos uma apresentação do Ordo Draconis Belli, grupo cultural que faz demonstrações de combates e práticas de diferentes períodos da Idade Media, tipicamente trajados dançaram e prepararam o clima para a primeira banda da noite.



O Skaldic Soul subiu ao palco quando grande parte do público já estava presente, apesar de não se vestirem nos moldes, digamos folk metal, não deixaram muito a desejar. A banda vinda de Jundiaí tem uma boa presença de palco, e conseguiu empolgar a todos.
Após uma pequena pausa, temos o grupo Ordo Draconis Belli mais uma vez, e desta literalmente em ação. Com uma simulação de uma batalha medieval no centro da pista, o grupo chamou a atenção e arrancou aplausos de todos.


Sem atrasos, o Arkona sobe ao palco às 21h, alívio para o público que já aguardava ansioso desde que os três enormes telões da casa mostravam imagens com logo da banda. Formado por Masha "Scream" (vocal), Sergei "Lazar" (guitarra), Ruslan "Kniaz" (baixo), Vlad "Artist" (bateria) e Vladimir "Volk" (instrumentos de sopro), a banda logo na primeira música mostrou a que veio.

Além do peso e carisma, o Arkona surpreende a todos especialmente pela postura da vocalista Mash. Se você espera por algo mais sutil e delicado vindo dela, logo nos primeiros segundos já perde esta impressão. Masha tem uma presença de palco forte, não faz pausas, tão pouco se comunica muitos com o público, porém não deixa a desejar a muitos frontmen, pelo contrário!


Em “Stenka Na Stenku” temos outra grande surpresa da noite, Mash pela primeira vez fala com o público, se desculpa dizendo que não fala inglês muito bem, mas que espera que os fãs a compreendam, e em seguida pede para que façam um “Wall of Death”. Sim, algo totalmente inesperado para aquela noite, mostrando que o Arkona tem uma personalidade própria enquanto banda. 

No primeiro bissYarilo”, mas a banda retorna ao palco mais uma vez e encerra de vez com “Kupala i Kostroma” encerrando após quase 100 minutos de show.  Na platéia, além dos fãs habituais de folk metal, algumas famílias e até mesmo crianças prestigiaram a noite, que podemos classificar de uma grande festa pagã em São Paulo.



Set list Arkona
Arkaim 
Ot serdca k nebu 
Goi, Rode, Goi! 
Leshiy 
Slovo 
Pamiat 
Slavsya Rus 
Zakliatie 
Katitsja Kolo 
Kolomiyka 
Marena 
Po syroi zemle 
Kupalets 
Stenka na Stenku 
Solntsevorot 
Maslenitsa 
Yarilo 
Kupala i Kostroma

Texto publicado no site da Rock Brigade: http://www.rockbrigade.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3826:arkona-fez-uma-verdadeira-festa-paga-no-clash-club-em-sao-paulo-&catid=4:onstage&Itemid=8

Fotos publicadas no site do Metal Revolution

Confira a galeria de fotos do show do Arkona: http://metalrevolution.net/blog/2012/04/29/arkona-28-04-2012-sao-paulo-sp-clash-club/

Steven Wilson: talento e perfeição no primeiro show do músico em SP

Texto e fotos por Juliana Lorencini

Steven Wilson é conhecido por integrar diversos projetos conhecidos, porém o também produtor musical teve seu nome reconhecido com Porcupine Tree. Recentemente o músico participou de Storm Corrosion, projeto que conta com Mikael Åkerfeldt vocalista e guitarrista do Opeth, com seu primeiro álbum recém lançado, Wilson na época chegou a dizer que o mesmo era o final da trilogia dos álbuns Heritage (Opeth) e Grace for Drowning (Steven Wilson).

O cantor e compositor fez estreia em solo brasileiro, no sábado, 21/04, no Via Marquês. Esta foi a única apresentação de Steven no país, que veio acompanhado dos músicos Marco Minnemann (bateria), Nick Beggs (baixo), Theo Travis (flauta e sax), Adam Holzman (teclados) e Tsonev Niko (guitarra).


Às 18h pontualmente, eu digo, britanicamente, falando, o multi-instrumentista Steven Wilson subiu ao palco, atrás de uma enorme tela branca, que cobria toda a frente do palco, e permaneceu durante as quatro primeiras músicas, reproduzindo diversas imagens que intercalavam com a presença da banda ao fundo.

A noite começa com “No Twilight Within the Courts of the Sun”, “Index”, “Deform to Form a Star“ e “Sectarian”, quando finalmente o pano branco cai. Em seguida “Postcard”, “Remainder the Black Dog”, “Like Dust I Have Cleared From My Eye” do álbum Grace for Drowning (2011), e ainda Harmony Korine” e  “Abandoner” de Insurgentes.


Para a surpresa geral do público, o Steven fez um breve discurso, dizendo que o novo álbum já estava a caminho e que compôs cada canção pensando nos músicos que acompanhavam aquela noite, e que então anuncia “Luminol”, música inédita que estará presente em se novo trabalho.

Em “No Part of Me, Wilson pede silêncio a todos, diz que a próxima canção precisa de atenção total e ninguém deve fazer barulho, um fã imediatamente grita e o cantor diz “É isso mesmo o que eu disse, não façam barulho!”, e sorri. Prontamente todos ficam em silêncio, porém, alguns seguranças do local que conversavam em voz alta e não esperavam por isso, foram pegos de surpresa pelos fãs que estavam mais próximos, e logo trataram de literalmente mandá-los calar a boca!  Para “Get All You Deserve, Steven sobe ao palco usando a mesma mascara que usa capa do álbum Insurgentes

Steven volta ao palco mais uma vez, e em primeiro lugar faz uma correção aos fãs que o chamavam por Wilson, dizendo que seu nome era Steven, ou melhor, Mr. Steven – brinca. Em seguida comenta que sua próxima fala não é uma reclamação, mas que gostaria saber por que tão poucas pessoas haviam ido ao seu show. Segundo Steven, ele está acostumado a tocar para um público bem maior, logo de cara os fãs começam a respondê-lo, e surpreendentemente o vocalista ouve cada um deles, e ainda opina sobre as respostas que obtém, estabelecendo um diálogo direto com os fãs. A que mais o convenceu, foi de que muitos shows internacionais estavam acontecendo ao mesmo tempo no país.

Apenas ao som de voz e violão “Lazarus” e “Trains” são cantadas não só por Steven, mas por todos os fãs que esperavam ansiosamente por algo do Porcupine Tree. Completando uma apresentação tecnicamente impecável, além da iluminação e recursos visuais que deram um clima intimista ao seu show.

O músico focou durante às 2h de show grande parte de seu repertório em Grace for Drowning, e para os fãs que já o acompanham a muito tempo, sempre há aquela música especial que ficou de fora, claro. Além da vontade de ver ao vivo, músicas que compõe seus projetos paralelos. Mas num contexto geral o Steven Wilson mostrou porque é um dos principais nomes no meio músical, seja compondo, produzindo ou tocando. Modalidades que assim por dizer domina muito bem.

Set List Steven Wilson
No Twilight Within the Courts of the Sun
Index
Deform to Form a Star
Sectarian
Postcard
Remainder the Black Dog
Harmony Korine
Abandoner
Like Dust I Have Cleared From My Eye
Luminol
No Part of Me
Raider II
Encore:
Get All You Deserve
Encore 2:
Lazarus (Porcupine Tree)
Trains (Porcupine Tree


Fotos publicadas no site Metal Revolution

Sebastian Bach – 17-04-2012 – São Paulo – SP (Carioca Club)

Texto e fotos por Juliana Lorencini

Aos bons e velhos tempos do hard rock estão de volta! Pelo menos foi essa a impressão que Sebastian Bach, ex-integrante da banda de hard rock Skid Row, deixou em sua segunda passagem pela cidade de São Paulo. O show aconteceu na terça-feira, 17/04, na casa de shows Carioca Club.

A banda responsável pela abertura foi a Madjockerno, que teve em seu set list uma mistura de composições próprias e covers, destacando-se “You Could be Mine”, do Guns’n’ Roses. A príncipio o público parecia não muito atento a apresentação da banda, o que era mais do que esperado, quando se tem uma grande banda prestes a subir ao palco. As letras cantadas em português pelo vocalista Gus MJoker, também não caíram no gosto da galera de imediato, mas no decorrer do show Gus e companhia, conseguiram enfim, ganhar a atenção e resposta dos poucos fãs já presentes.


Com alguns minutos de atraso em relação ao horário previsto, às 21h45, Sebastian Bach sobe ao palco, para por fim a ansiedade dos fãs que já demonstravam estar impacientes em esperar pelo vocalista. Alguns até já cogitavam um atraso maior, depois da mensagem públicada por Sebastian em sua página oficial no facebook, logo após o primeiro show em São Paulo,  14/04, onde reclamou do horário de sua apresentação na noite, considerando-o muito cedo e se disse surpreso com a histeria dos fãs brasileiros, entre outras coisas.

Animado, o vocalista escolhe “Slave to the Grind” para começar a noite, a faixa tirada do álbum de mesmo nome – o mais conhecido do Skid Row – foi apenas um aperitivo aos fãs, que em poucos segundos mostraram a Bach a tal histeria citada por ele alguns dias antes.

Logo nos primeiros minutos Sebastian dá mais um motivo para que a gritaria se torne ainda mais intensa, o vocalista gira seu microfone ar, o gesto que já é caracterisco do músico, leva o público ao delírio. Em seguida vestindo uma camisa com mangas longas, porém com velcro, Bach pede ajuda de um roadie para remover a uma das partes que insiste em não se soltar, não é preciso comentar, que a parcela feminina da casa, entonou ainda mais coro estridente.


No auge de seus 44 anos de idade, Sebastian Bach mostra uma disposição no palco incomparável, conversando e brincando com o público, Bach, sabe muito bem o que faz, lhe caindo muito bem o título de show man! Sem demonstrar nenhum sinal de cansaço, pula, agita, corre de um lado para o outro do palco, e ainda usando os pés, chuta uma garrafa de água para a platéia.

No set list traz mesclas músicas de seus trabalhos solos e do Skid Row, combinação essa que agrada os fãs em cheio. Músicas como “Kicking & Screaming” e “Dirty Power” se seu mais recente trabalho, Kicking & Screaming (2011), somadas as antigas e atemporais “Here I Am” e “ Big Guns”, mostram que a carreira de Sebastian não ficou parada no tempo após sua saída da banda, muito pelo contrário.

“Tião” – apelido que ganhou dos brasileiros em sua última passagem pelo país ao lado do Guns ‘n’ Roses, em 2010 – puxa para si mesmo um coro, mostrando-se totalmente familiarizado com a palavra, há quem diga, que ainda Sebastian pretende fazer uma tatuagem com nome. Isso será repetido muitas vezes durante a noite, além de estar escrito em grande parte dos cartazes, e bandeiras que foram mostrados e arremessados ao músico durante o show. Além de claro, como é de se esperar em clássico show de hard rock, uma calçinha foi jogava por uma fã, após analisar e se dar conta do que era o tal objeto, Bach a pendura no pedestal do guitarrista Johnny Chromatic.


Além de Johnny, a banda de apoio de Sebastian Bach ainda conta com Bobby Jarzombek (bateria), Jason Christopher (baixo) e o mais curioso, o novato Nick Sterling, a grande aposta de Sebastian, chama a atenção não somente pelo rosto, que lembra de um mero adolescente, como tanto, mas também por sua habilidade enquanto guitarrista, e até mesmo backing vocal, o que de fato foi uma surpresa para mim, o músico que aparenta ser um pouco tímido ainda nos palcos, já dá sinais de que foi certa a escolha de Bach.
Após alguns minutos de pausa, Tião volta ao palco vestindo uma camiseta da seleção brasileira, número 9, e canta a capela o medley de “In a Darkness Room” e “Quicksand Jesus”. Seguidas por “As Long as I Got the Music”.

Chega então o momento mais engraçado, e assim podemos literalmente dizer, da noite. Sebastian pergunta como se diz “monkey” em português, o vocalista já adianta dizendo “macaco”, porém o público ainda o ajuda até que sua pronuncia fique perfeita. Seguro de que já aprendeu a lição, Sebastian canta “Monkey Business” inteira subistituindo “monkey” por “macaco”, causando risos a todos, e mostrando também sua versatilidade.


Com a toalha na cabeça, o guitarrista Johnny brinca com restante da banda, além de perguntar ao público o que acham do seu novo visual. Sebastian também chama ao palco um de seus rodies, dizendo que ele fezia aniversário naquela noite, e merecia uma comemoração no melhor estilo hard rock. Após o momento de descontração, os primeiros de acordes de “I remember you” começam a ser tocados, a mais famosa balada do Skid Row, fez centenas de cameras serem erguidas, substituindo os antigos isqueiros usados nos shows nos anos 90.

Chega então o momento final, Sebastian mostra a tatuagem que tem em seu braço e pede para o público repetir, era o sinal de que “Youth Gone Wild” seria a próxima, e muitos já ensaiavam cantá-la. Com alguns problemas no seu microfone, Bach seguiu cantando normalmente, enquanto um roadie o auxiliava seguido por um coro uníssono.

A apresentação dos músicos que o acompanham Sebastian deixou para o final, bem humorados, os músicos se divertiram, além de mais uma vez, pedirem para que o público aplauda Tião!


Com a casa cheia pela segunda vez consecutiva, Sebastian Bach não poderia ter feito seu retorno de forma melhor, o vocalista que mencinou diversas vezes durante seu show, que o público brasileiro era o melhor que já tinha visto, deixou bem claro que não existem mais ressentimentos entre ele e o Brasil. E sua vinda há dois anos com o Guns ‘n’ Roses, era apenas a oportunidade que faltava para ambos.

Com certo ar de nostaugia vindo dos clássicos, atrelado as novas composições, Tião trouxe o hard rock dos anos 80 e 90 de volta a São Paulo, e se depender do mesmo, o estilo está longe de ter um fim próximo.

Set List Sebastian Bach
Slave to the Grind
Kicking & Screaming
Dirty Power
Here I Am
Big Guns
(Love Is) A Bitchslap
Stuck Inside
Piece of Me
18 and Life
American Metalhead (PainmuseuM cover)
Medley – In a Darkness Room / Quickstand Jesus (capela)
As Long as I Got the Music
Monkey Business
My Own Worst Enemy
Wishin / I’m Alive
I Remember You
Tunnelvision
Youth Gone Wild

Confira a galeria de fotos do show do Sebastian Bach: http://metalrevolution.net/blog/2012/04/19/sebastian-bach-17-04-2012-sao-paulo-sp-carioca-club/

Obituary, Acheron, Headhunter D.C. e Cruscifire – 14-04-2012 – São Paulo – SP (Hangar 110)

Texto e fotos por Juliana Lorencini

Para não perder o hábito, o último fim de semana foi mais uma vez repleto de shows, porém desta vez, para o alívio dos headbangers de plantão, a escolha ficou mais fácil, uma vez que os demais shows da noite não se conflitavam. No dia, 14/04, o Hangar 110 serviu mais uma vez de cenário para o metal extremo. Sob o comando da Tumba Productions, o Obituary esteve de volta ao Brasil, a abertura dessa vez ficou por conta do Cruscifire, Headhunter D.C., e Acheron.

Fugindo um pouco a rotina das bandas de abertura que sempre se  apresentam para uma quantidade de pessoas não muito grande, o Cruscifire, quando subiu aos palcos já encontrou um público considerável, o que deu mais gás ainda os músicos. A banda composta por Victor (baixo e vocais), Caio (guitarra), Murillo (guitarra) e Nabuco (bateria), trabalha seu mais recente EP Hateful (2012) e fez uma ótima apresentação, com boa presença palco, o Cruscifire conseguiu fazer a galera agitar.

A Headhundter D.C. já é uma velha conhecida do público paulista, formada por Sérgio Baloff (vocais), Paulo Lisboa (guitarra), George Lessa  (guitarra), Zulbert Buery (baixo) e Daniel Brandão (bateria), a banda baiana trouxe à São Paulo toda a força do Death Metal nacional!

Enfrentando alguns problemas técnicos durante sua apresentação, que chegou a ser interrompida, o Headhunter não deixou o público desanimar. Bem humurado, o vocalista Sérgio, além de saudar a galera mais uma vez, comentou que essa não era a primeira vez que isso acontecia, e que a banda já estava acostumada a ser sempre “zicada”.  Com tudo resolvido, o Headhunter D.C., seguiu seu show como se nada tivesse acontecido, e mostrou a que veio. No repertório da banda,  e encerrando sua participação com “God’s Spreading Cancer…”.

Com o final do show do Headhunter D.C., o destino de todos no Hangar 110 era um só, o bar. Porém o que não era esperado foi a falta de energia elétrica que aconteceu 10 min após o termino do show. As luzes de emergência logo ascenderam, porém, sem ventilação,  o calor começou a ficar insuportável, e o Hangar acabou abrindo as portas para que as pessoas pudessem aguadar do lado de fora da casa, até que a energia fosse restaurada.


Uma hora depois, e já com iluminação, o Acheron subiu o palco. O grupo tem como temas principais de suas composições o anti-cristianismo e o satanismo.  E incorporou em seu set list músicas de diversas fases de sua carreira.  Se destacaram o baterista Kyle e, Vincent Crowley, vocalista da banda, que além de uma presença de palco forte, rasgou uma bíblia durante o show atirando suas páginas na platéia. Segundo o vocalista em seu discurso, é por causa da mesma que o mundo enfrenta uma imensa discórdia.

Insanidades a parte, o Acheron finalizou com “Prayer Of Hell”. O grupo também chamou atenção pela sua simpatia fora dos palcos, enquanto assistia ao show do Obituary junto ao público.


Logo na primeira música as primeiras rodas começaram a se abrir, aos poucos se transformaram em uma coisa única, e já se avistava algumas pessoas tentando subir ao palco. O Obituary faz sempre shows muito intensos, sem pausas, além trazendo um verdadeiro caos consigo.

Músicas como “Redneck Stomp”, “On the floor”, “Internal Bleeding”, “List of Dead”, “Blood to Give”, “Find the Arise” e “Dethroned Emperor” fizeram parte do repertório da banda, que não lança um álbum com inéditas desde 2009. Com isso restou aos fãs desfrutarem de um set list mais do que conhecido. Ralph Santolla por vez, teve sua ausência notada, o músico que deixou a banda recentemente, era uma figura mais do que conhecida dentro do Obituary, assim como na cena metal em geral, e muitos fãs ainda esperavam ver o músico por lá. Porém Terry Butler (ex-Death, Massacre e Six Feet Under) e Lee Harrison (Monstrosity) saciaram uma grande curiosidade tida pelo fãs sobre sua performace ao vivo junto ao Obituary.

Fecharam a noite com uma trinca matadora “The End Complete”, “Til Death” e “Slow Death”.
O saldo final da noite não poderia ter sido melhor, com a casa cheia,  apesar dos imprevistos, e bíblias ragasdas, o metal nacional não fez feio, se destacando entre nomes de peso como Acheron e Obituary. Em noite de apagão, o Obituaty incendiou o Hangar 110!

Set List Cruscifire
Black Candle Light
Last March
The Horror
Squeals
Creepy Anatomy
Hanged On Misery

Set List Headhunter D.C.
Intro (Funeral March)
Dawn Of Heresy
…And The Sky Turns To Black…
Am I Crazy?
Searching For Rottenness
Death Vomit
God’s Spreading Cancer…

Set List Acheron
Intro
Legions Of Hatred
Thou Art Lord
Church Of One
The Apocalypse
Ave Satanas
Fuck The Ways Of Christ
I Am Heathen
Satan Holds Dominion
Life Force (The Blood)
Prayer Of Hell
Set List Obituary
Redneck Stomp
On the floor
Internal Bleeding
List of Dead
Blood to Give

Confira a galeria de fotos do Acheron e Obituary: http://metalrevolution.net/blog/2012/04/15/obituary-e-acheron-14-04-2012-sao-paulo-sp-hangar-110/

Centurian, Misery Index e Into Darkness: fazendo o metal underground triunfar mais uma vez


Texto e fotos por Juliana Lorencini

No último sábado (07/04), a Tumba Productions foi responsável por trazer à São Paulo, mais uma leva de bandas de ótima qualidade, que compõe o cenário extremo mundial. As escolhidas desta vez foram Centurian, Misery Index e Into Darkness, e ainda contaram com a participação do Gestos Grosseiros. O local foi a tradicional Hangar 110.

Com o público ainda entrando timidamente, os paulistas do Gestos Grosseiros abriram a maratona de shows, às 19h30, com seu death brutal. O trio de Guarulhos (Grande SP) fez um set curto, mas eficiente, onde divulgaram seu segundo - e novo - CD, Satanchandising, de onde tocaram sons como, Humanity Victory (Kill By Power), Predator Of Soul, Slaves Of Imagination e a faixa título - também tocaram algumas do primeiro cd, Countdown To Kill. Destaque para o baterista e vocalista Andy Souza, que segura muito bem nas duas funções ao vivo.

O trio alemão Into Darkness fez sua estreia em solo brasileiro, Sebastian "Sebastard" Längerer- (guitarra/vocais), Marco "Skully" Martin (baixo) e Robert Witzel (bateria) trouxeram em seu repertório que mesclava músicas de todos os seus álbuns, incluindo Dysphoria, cujo lançamento deveria acontecer no dia 05, em Recife, porém o show foi cancelado dois dias antes da data prevista. A banda ainda incluiu no seu set list músicas novas que estarão presentes no próximo álbum que será gravado ainda esse ano. Alternando seu som com passagens mais técnicas e quebradas, o Into Darkness, de fato agradou muito ao público que ainda não os conhecia.

Sebastian se comporta como um verdadeiro frontman, já os destaques ficam para os jovens Marco e Robert, de apenas 23 e 21 anos respectivamente. Mesmo com um set list curto e enfrentando alguns problemas técnicos durante o show, em especial com a guitarra de Sebastian, o Into Darkness em nenhum momento deixou que isso afetasse seu show, e provou que a Alemanha não fica presa apenas as suas bandas clássicas e que seu underground anda produzindo bandas de muita qualidade! 


Direto dos Estados Unidos veio o Misery Index, grupo que tinha em sua formação incial alguns membros fundadores do Dying Fetus, faz hoje uma mistura brutal Death Metal com Grindcore e tem quatro álbuns lançados até o momento Retaliate (2003), Discordia (2006), Traitors (2008) e  Heirs To Thievery (2010), este lançado aqui no Brasil pela Rock Brigade Records em parceria com a Mutilation Records.

Há quem diga que eles tenham sido a grande surpresa da noite. Com um show matador, os norte-americanos do Misery Index, colocaram de fato a galera para “bater cabeça”! O destaque ficou para o baterista Adam Jarvis, e dá a constante troca de vocais entre Jason Netherton (baixo/vocais) e Mark Kloeppel  (guitarra/vocais). O line-up ainda conta com Darin Morris (guitarra). A sensação que me deu, foi de que o Misery Index poderia ter fechado essa noite, e fecharia em grande estilo!


Os holandeses do Centurian representam um nome forte na cena Death Metal  mundial, com apenas dois álbuns, Choronzonic Chaos Gods (1999) e Liber Zar Zax (2002), o repertório da banda não fugiu muito dos mesmos, e foi o suficiente para fazer o Hangar 110 virar o caos.
Centurian subiu ao palco por volta as 22h, e abriu a noite com Hell At Last, na sequência vieram The Reading, Colloseum Of Blood,  Hail Caligula e Heading for the Holocaust. Foi um show sem pausas, Niels Adams (vocais), trocou poucas palavras com o público entre uma música e outra, era tempo somente de tomar água, e logo retomar o show. 

Niels, ao lado de Rob Oorthuis (guitarra), Patrick Boleij (baixo) e Seth van de Loo (bateria), trouxerram todo o peso e agressividade que o público brasileiro esperava. Para encerrar a noite Of Purest Fire faixa tirada da demo de mesmo nome, lançada pela banda em 1997. 


Apesar enorme quantidade de shows que temos tido nos últimos tempos, incluindo a apresentação de outro nome de peso do metal, o Sodom, que acontecia no mesmo dia, tive uma grande e feliz surpresa ao chegar no Hangar 110, e ver a quantidade de pessoas que estavam lá. A casa não estava cheia, mas ainda sim, muita gente foi de fato apoiar a cena underground. Cena essa que poderia se repetir muitas outras vezes.


Set list Gestos Grosseiros
Humanity Victory (Kill By Power)
Mirror of Death
Lord of The Lie
Predator Of Soul
Slaves Of Imagination
Satanchandising

Set List Into Darkness
Flow Of Aggression
True Rules of This World
Impersonation of Death
Goretified
Divine Temptation
Avenger
Sinister Demise
13 Ways to Die
Change of Course

Set List Misery Index
Sleeping Giants
The Carrion Call
Partisans Of Grief
You Lose
Conquistadores
Defector
The Seventh Cavalry
The Spectator
The Illuminaught
The Great Depression
Heirs to Thievery
Traitors/Embracing Extinction

Set List Centurian
Hell At Last
The Reading
Colloseum Of Blood
Judas Among Twelve
Antinomian
God Got Killed
The Law of Burning
Adversus
Hail Caligula
Heading for the Holocaust
Of Purest Fire


Texto publicado no site da Rock Brigade: http://www.rockbrigade.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3647:centurian-misery-index-e-into-darkness-fazendo-o-metal-underground-triunfar-mais-uma-vez-&catid=4:onstage&Itemid=8
Fotos publicadas no site Metal Revolution


Confira galeria de fotos dos show:  http://metalrevolution.net/blog/2012/04/14/centurian-misery-index-e-into-darkness-07-04-2012-sao-paulo-sp-hangar-110/

Sodom volta a São Paulo e traz toda sua insanidade

Texto e fotos por Juliana Lorencini

A lendária banda de thrash metal alemão Sodom passou mais uma vez pelo Brasil, o grupo que teve sua última aparição no país a quatro anos, no último dia 07, no Carioca Club, fez um show digno do nome e status que carrega, e colocou literalmente os fãs banguearem suas cabeças! A abertura ficou por conta das bandas brasileiras Machinage e Red Front.

A primeira a subir aos palcos foi o Machinage, banda de thrash metal paulista formada por Fábio Delibo (guitarra/vocais), Adriano Bauer (baixo), Fernando Kump (guitarra) e Ricardo Mingote (bateria). Aproveitando o ensejo para fazer o lançamento do seu debut It Makes Us Hate, álbum que tem recebido críticas muito positivas e já conta com o vídeo clipe da faixa Envy.

O Machinage infelizmente contou com um set list curto, como é de praxe para bandas de abertura, o grupo se apresentou para um público ainda pequeno, uma vez que grande parte estava ainda do lado de fora da casa. Uma pena pois a banda tem uma boa performace no palco, somado a um vocal bem particular de Fábio. A surpresa da noite ficou por conta participação especial do músico Antônio Araújo do Korzus na faixa Next Victim.


O Red Front já é uma velha conhecida do público de São Paulo, e até aquele momento era cerca de 40% do que viria a ser até o final da noite. A banda, que já abriu para outros nomes de peso como Destruction e Man of Kin, repetiu o que já era esperado, com uma presença de palco explosiva, incentivaram varias vezes a galera a continuar “abrindo rodas” e fazendo lá suas apologias. Quanto ao set list, não houve muita supresa, uma vez que é o mesmo que o Red Front tem apresentado desde 2010.

O discurso também se mantém o mesmo, que vai de citar os três principais objetivos da banda, em ter o merchandising mais barato, ser a banda que mais fala palavrões em palco, passando pela destruição do boneco que representa o grupo Restart, como forma de, segundo a banda, deixar o rock menos colorido. Até aí, nada de novo. Contudo, além de agitar a galera, e sim com som de qualidade, o Red Front conseguiu de fato aquecer o público que aguardava ansiosamente pelo Sodom, e já gritava por eles.


Foi por volta das 20:00 que o show teve seu início, com a casa já completamente tomada pelo público. Sem perder muito tempo, o Sodom sobe ao palco e já manda a faixa escolhida para ser a primeira da noite, In War And Pieces do álbum homônimo, lançado em 2010.

Faixas como Sodomy And Lust, M-16, Outbreak Of Evil, Blasphemer – que foi oferecida por Tom ao ex-baterista da formação original, que morreu em 2008 –, Eat Me!, Ausgebombt e Agent Orange não deixaram uma só pessoa sem agitar, mesmo que fosse por alguns instantes. O set list, que por sinal não foi o mesmo que vinha sendo apresentado pela banda na turnê sul-americana, ainda trouxe dois covers: The Bird Is The Word, do Trashman, e Iron Fist, do Motörhead.


Tom Angelripper (vocal/baixo) e Bernemann (guitarra) já são figuras mais do que carimbadas no tharsh metal mundial, e sua postura frente ao Sodom já é algo mais do que sabido pelos fãs. A dupla já veio várias vezes ao Brasil, Bernemann em especial já esboça muitas palavras em português, e mesmo assim, juntos ainda mantém toda a energia sob o palco e trazem os caos que os brasileiros esperam.

Liderada por Tom, a banda apresentou ao público em grande estilo seu novo baterista, Makka, que toca com o grupo desde 2010 após o lançamento de In War And Pieces, seu último álbum de estúdio. Makka simplesmente destrói na bateria, e de cara já agradou o público, mostrando que já está completamente integrado à banda e que a escolha foi mais do que acertada.

Quando o final do show se aproxima, Tom faz menção ao calor que estava dentro da casa, o vocalista ainda diz: “Nosso baterista está queimando”, se referindo a Makka, e chega então o momento de fazer uma pausa.

Após alguns minutos a banda volta com Remember The Fallen e Sodomized para fechar a noite com chave de ouro. Faltaram alguns clássicos sim, como Tired And Red, porém com mais de 30 anos de existência comemorados recentemente, fica difícil escolher um set list que abranja toda sua carreira.


Sodom fez mais um show memorável no Brasil, cumprindo exatamente o que se propôs a fazer, trazer insanidade e diversão aos fãs brasileiros, além de reforçar a principal ideia da banda, que é beber cerveja com seus melhores amigos, curtindo um boa música, e se divertir. Tenho certeza absoluta que essa é a perfeita descrição desta noite para todos que lá estavam presentes.

Set list
Machinage
Revolution
Envy
Is This The Way?
Anguish
Mack Behind Some Lies
Next Victim (Participação Antônio Araújo)
Tides Of War

Red Front
Institution Is Down
Just A Game
Devil’s Son
Territory (cover Sepultura)
Killer (com o boneco Restart)
Circle Of Hate

Sodom
In War And Pieces
Sodomy And Lust
M-16
Outbreak Of Evil
The Bird Is The Word (cover Trashman)
The Saw Is The Law
Iron Fist (cover Motörhead)
The Vice Of Killing
The Art Of Killing Poetry
City Of God
Blasphemer
Eat Me!
Ausgebombt
Agent Orange

Remember The Fallen
Sodomized




Opeth – 01-04-2012 – São Paulo – SP (Carioca Club)

Texto e fotos por Juliana Lorencini

Os suecos do Opeth fizeram no domingo (01/04/2012), sua segunda passagem pelo país, a última vinda da banda ao Brasil aconteceu em 2009, e não para a nossa supresa, mesmo em meio a avalanche de shows que tem acontecido nos últimos meses, muita gente fez questão de prestígiar Mikael Åkerfeldt (vocais e guitarra), Martin Mendez (baixo), Fredrik Åkesson (guitarra), Martin “Axe” Axenrot (bateria) e Joakim Svalberg (teclado).

Seu trabalho de estúdio mais recente, Heritage (2011), divide opiniões, considerado o álbum mais progressivo da banda, o que lhe rendeu algumas comparações com o YES, o cd traz Mikael Åkerfeldt cantando de forma mais limpa, bem diferente dos guturais apresentados nos trabalhos anteriores. Ainda sim, Heritage tem recebido inúmeros elogios dos fãs e da crítica especializada, apesar da notória mudança.


Às 20h20 com apenas alguns minutos de atraso em relação ao horário anunciado, a banda sobe ao palco, simpáticos, perdem alguns minutos interagindo com os fãs, atitude essa que se manterá por todo o show, até anunciarem a primeira da noite, The Devil’s Orchard“, seguida por “I Feel The Dark”, ambas de Heritage.

A iluminação da casa parece ter sido escolhida a dedo pela produção da banda, que somada a sonoridade das novas músicas trazia um clima mais intimista e psicodélico ao show, tal luz só não agradou mesmo aos fotográfos – assim como eu – que precisaram se esforçar para conseguir bons clicks.


Um fato curioso notado por mim lá pela metade do show, enquanto assistia e fotografava o show do camarote, foi que o carismático Mikael Åkerfeldt tem todas as letras de suas músicas coladas no chão ao seu redor, normalmente os músicos contam apenas com o set list, mas Mikael tem as letras de todas, cada uma em uma folha diferente.

Os fãs retomaram o fôlego e a empolgação quando sons mais antigos do grupo foram anunciados, dentre eles “Heir Apparent”, “The Grand Conjuration”, “The Drapery Falls”, dos respectivos álbuns Watershed (2008), Ghost Reveries (1995) e Blackwater Park (2001). Trazendo de volta ao palco o death/doom metal que muitos estavam sentindo falta, até aquele momento no show.

Após uma longa pausa, que por alguns instantes me fez dúvidar se o Opeth retornaria mesmo ao palco, Mikael surge e logo caminha até o microfone para conversar mais uma vez com os fãs, o vocalista diz que só tocariam a próxima música, caso todos ali façam muito barulho, e diz também, que a responsabilidade de avaliá-los seria do baixista Martin Méndez. Após a segunda tentativa do público, Martin dá seu aval, e a banda encerra a noite com “Deliverance”.


O Opeth já deixou bem claro que não é uma banda que se apega a rótulos, composta por músicos com uma qualidade técnica indiscutível, a banda vem desenvolvendo novos experimentos musicais, e o resultado disso foi Heritage, mais um grande álbum da banda, mesmo fugindo a expectativa que alguns criaram por algo mais pesado. Porém nunca foi segredo para ninguém que a banda tem forte influência do rock progressivo dos anos 70, e talvez, um álbum nessa linha mais progressiva, não demorasse muito a sair.

A escolha do set list mais focado em Heritage, provavelmente foi a surpresa para os fãs que ao meu ver esperavam por mais músicas dos cds anteriores, com quase 2h de show, a impressão que fica, é que o Opeth terá de voltar ao Brasil em breve, para saciar os inúmeros fãs que compareceram nesse show único!

Set List:
The Devil’s Orchard
I Feel The Dark
Face of Melinda
Slither
Windowpane
Burden
The Lines in My Hand
Folklore
Heir Apparent
The Grand Conjuration
The Drapery Falls
Encore:
Deliverance

- Agradecimentos à Sob Controle Produções.

Confira a galeria de fotos do show do Opeth: http://metalrevolution.net/blog/2012/04/03/opeth-01-04-2012-sao-paulo-sp-carioca-club/

Inquisition – 17-03-2012 – São Paulo – SP (Hangar 110)

Texto e fotos por Juliana Lorencini

Aconteceu no  último dia 17,  no Hangar 110, o show das bandas Wisdom e Inquisition. A Tumba Produções foi mais uma vez responsável por realizar uma grande noite do metal extremo na cidade de São Paulo. Apesar dos contratempos iniciais enfrentados pela produtora, como o adiamento do show do Absu, que não conseguiu o visto de entrada no país a tempo para a realização dos shows já agendados, e o não comparecimento da banda Enterro,  Wisdom e Inquisition não deixaram por menos fazendo com que nenhum fã tenha se arrependido de ter comparecido.

O Wisdom subiu ao palco por volta das 21h, a banda paraguaia que tem em seu line-up fixo Seldrack (vocal), Volac (guitarra), ainda contou com a participação de Vitor integrante da banda brasileira Chaos Synopsis. 

Logo após as primeiras músicas para a surpresa do público, o vocalista Seldrack assumiu as baquetas e demonstrou muito folêgo cantando e tocando até o final do show.
Apesar do set list curto, souberam bem como prender a atenção do público, trazendo um som rapido,  agressivo, e focado no seu último álbum Sacra Privata de 2009.


Fugindo um pouco da rota escandinava,  a banda de black metal norte-americana – apesar de ter sido criada na Colômbia por Dagon, a banda só ganhou forma no Estados Unidos após o guitarrista se mudar para o país – Inquisition soube muito bem como lidar com a responsabilidade de substituir um nome de peso como Absu.

Formada por Incubus (bateria) e Dagon (guitarra), a dupla deixa bem claro que dois músicos competentes no palco, as vezes, equivalem a uma banda completa. Dagon tem uma presenca de palco marcante, o guitarrista faz jus ao posto de frontman e  já Incubus se faz notar o durante toda a apresentacão ainda que que atrás da bateria.

Passando por músicas  dos álbuns Ominous Doctrines of the Perpetual Mystical Macrocosm de 2011, Nefarious Dismal Orations, Unholy Inquisition Rites e Magnificent Glorification of Lucifere, como “Astral Path to Supreme Majesties”, “Command of the Dark Crown”, “Crush the Jewish Prophet”. O Inquisition trouxe um black metal mais sóbrio, pesado e cru, com vocais que lembram Mayhem.

Apesar do público não ter comparecido em peso,  com certeza o adiamento da participação do Absu como banda principal tenha sido o motivo, os que optaram por não trocar os ingressos não se arrependeram! Wisdom e Inquisition fizeram shows matadores,  não desapontando a nenhum fã presente, e mais do que isso, surpreendendo a aqueles que duvidaram por algum momento da performace das bandas ao vivo.
Nos resta agora esperar pela tão aguardada vinda do Absu, que segundo a produtora pode acontecer em outubro, ainda este ano. E deste já promete ser mis uma grande noite para os fãs de black metal.
Agradecimentos especiais a Tumba Produções.

Set List Wisdom
Behold The Beast of the South
Ave Kadath
Sacra Privata
The Light of Hell
The South, The Sun, The Sign…

Set List Inquisition
Astral Path to Supreme Majesties
Nefarious Dismal Orations
Empire of Luciferian Race
Command of the Dark Crown
We Summon the Winds of Fire (For the Burning of All Holiness)
Where Darkness is Lord and Death the Beginning
Embraced by the Unholy Powers of Death and Destruction
Imperial Hymn for Our Master Satan
Crush the Jewish Prophet
Cosmic Invocation Rites
Desolate Funeral Chant
Ancient Monumental War Hymn
Confira a galeria de fotos dos shows do Wisdom e Inquisition: http://metalrevolution.net/blog/2012/03/31/inquisition-17-03-2012-sao-paulo-sp-hangar-110/