quarta-feira, 6 de abril de 2011

Entrevista - Chaos Inc

A banda de Death Metal CHAOS INC, foi formada em 2008, pelo baterista Daniel "Koervo" da Silveira (ex SOUNDER) e o guitarrista Fernando "Zozi" da Silveira, para executarem segundo eles um Death Metal sólido, mórbido e caótico. Em 2009, veio então Maicon Alves para segunda guitarra e por último em 2010, Cristiano "James" assumindo o vocal e baixo. Com a formação sólida a banda gravou seu primeiro EP intitulado "Let the Chaos Begins". Num bate-papo rápido com os integrantes da banda, eles comentam sobre suas influências, o lançamento do EP entre outras coisas.

MR – Vamos começar com uma pergunta clássica! Como surgiu o Chaos Inc? Todos você já se conheciam? Qual era a idéia inicial?

Koervo: Eu e o Fernando nos conhecemos através de outra banda que eu tocava, ele foi ajudar um amigo nosso, o Drogas [o nome não tem nada a ver com o significado da palavra! É apenas relativo ao nome Douglas! (Risos)] a levar equipamentos para fazer um teste para entrar nesta banda, e coincidentemente descobrimos os gostos parecidos musicalmente. Desde então toquei outros estilos que com o tempo me deixaram com vontade e aptidão cada vez maior de tocar metal extremo, e foi aí que nós começamos os primeiros rascunhos.

Zozi: Bem, o Maicon eu conheço desde a 5ª série, e quando pensamos em chamar outro guitarrista, foi meio que natural para mim, chamá-lo para o posto, pois tocávamos juntos a algum tempo e ele aceitou prontamente nosso convite. O James já foi diferente, pois fizemos alguns anúncios no Orkut para realizarmos alguns testes, e então o escolhemos para o posto. Antes dele já tivemos alguns outros vocalistas, inclusive bem no inicio da banda, quem cantava era o Koervo. Já baixistas, tivemos 4 nesse tempo, inclusive na gravação ainda não estava decidido que o James assumiria o posto, então para não perdermos tempo, eu mesmo gravei o baixo! Foi uma grata surpresa o James tocando e cantando, pois assumiu bem o posto, e conseguiu conciliar muito bem as duas coisas! Pois antes ele sempre estava com uma cerveja na mão enquanto cantava rsrs.

Maicon: Eu conheço o Fernando faz um tempo como ele disse, eu sabia do contato dele com o Koervo e que tinham um projeto, após um tempo o Fernando me chamou pra tocar com os dois, não éramos da mesma banda na época mas tocávamos juntos a um tempo ai foi natural isso acontecer.

James: Conheci o Koervo numa comunidade do Necrophagist no Orkut, ele estava procurando um vocalista e aqui estamos hoje.

MR - Qual a influência musical de cada um de vocês? E de que forma ela aparece no som que vocês fazem?

Koervo: Minhas influências musicais vão de MPB até Death Metal quando estou no papel de ouvinte, mas quando toco só me satisfaz o que eu puder tocar com todas minhas energias!

Zozi: De uns tempos pra cá, eu venho ampliando bem minhas influências, escutando bandas de rock como BLACK STONE CHERRY e JOE SATRIANI até o Death Metal de bandas como SUFFOCATION e KRISIUN. Inclusive até Michael Jackson está na minha lista de reprodução no computador (risos). Creio que esta gama de influências ajuda muito na hora de compor, não ficando vetado a uma “mesmisse” no som!

Maicon: Tenho influências de tudo o que o meu ouvido acha que é extremo ou pesado, extremo igual a BEHEMOTH e CANNIBAL CORPSE, pesado igual a GOREFEST, e também o EXODUS que tem guitarras destruidoras.

James: Minhas influências também são variadas, do Heavy tradicional ao Black Metal, da musica Clássica ao Rock’n Roll.

MR – Sobre o EP "Let the Chaos Begins", vocês conseguiram num período curto desde a formação da banda lançar um Ep, coisa rara entre as bandas nacionais do mesmo gênero. Como se deu esse período de composição e gravação?

Koervo: Esse curto período foi alcançado graças ao foco da banda em compor com profissionalismo e coesão. As composições praticamente estavam prontas a um bom tempo, porém o mais difícil na banda foi solidificar uma formação, antes do James passar no teste da banda, foram testados aproximadamente 666 vocalistas...(risos) ...talvez uns 10 na verdade, mas foi a parte mais cansativa! Após bem treinados, decidimos gravar no Datribo, para somar a experiência do grande Ciero que vem trabalhando já com bandas como Krisiun, Torture Squad, Ratos de Porão para chegar em uma sonoridade mais sólida possível!

Zozi: Nós vínhamos ensaiando estas músicas ‘freneticamente’, inclusive eu gravei cada uma delas cerca de 10 vezes por semana, então quando entramos no estúdio sem nenhuma dúvida em relação as composições, fizemos seções muito rápidas surpreendendo inclusive Ciero, que acompanhou e nos ajudou em todo o processo de gravação e mixagem. Devido a geralmente iniciarmos os trabalhos no período da tarde, saíamos tarde do estúdio, e isso acabou me rendendo duas DP’s [NR dependencias] na faculdade! (risos)

Maicon: É como o Zozi disse, vínhamos ensaiando iguais loucos e já tínhamos em mente como seria. O fato de o Ep ter saído rápido, eu acredito que se deve à nossa ótima comunicação e isso ajudou pra que tudo acontecesse de forma rápida.

James: Em nossos ensaios somos bem focados, então foi bem natural ter todas as músicas em mente em pouco tempo. Levamos esse foco para o estúdio e tudo aconteceu naturalmente, se não me engano inclusive, fomos ao estúdio umas 5 vezes sendo que 2 só para masterizar e mixar.

MR – Qual a principal temática encontrada nas letras de "Let the Chaos Begins"?

James: Críticas sobre a submissão religiosa, hipocrisia e tudo o que vemos de ruim em nosso cotidiano.

Zozi: Temos até uma música que fala sobre o Jack Stripador, isso sim é coisa ruim! (risos)

MR – Vocês já há algum tempo estão realizando uma série de shows. Como tem sido a receptividade do público em relação às novas músicas?

Koervo: Vem sendo muito positiva, temos muito a melhorar pois executamos um estilo praticamente ilimitado em possibilidades, mas até agora só recebemos elogios nos shows!!!

Zozi: Fazer shows é algo sensacional, pois você ver gente agitando seu som é algo impagável! Nós tivemos êxitos nos shows, e o pessoal parece estar curtindo bastante, pois sempre vem algumas pessoas comentar ‘porra, o som de vocês é do caralho!’. Queremos fazer a maior quantidade de shows, pois é pra isso que uma banda existe.

Maicon: Sempre acho que as apresentações vão ser uma merda, devido as situações encontradas, como falta de aparelhagem, baixa divulgação dos eventos, fatos que são infelizmente corriqueiros no underground, mas quando tocamos, vejo que o público fica impressionado, mas sinceramente vejo poucas pessoas agitando, mas vejo muitas que não imaginava que parariam para nos ver e lá estão elas, prestando atenção nos detalhes do nosso som.

James: Temos uma boa resposta, normalmente os bangers ficam parados por se tratar de uma banda nova, então querem prestar atenção no som que é diferente do que estão acostumados. O pós show sempre foi positivo. Tenho a consciência sobre a situação do nosso underground atual, sobre as casas, aparelhagens, divulgação e por ai vai , nunca acreditei que seria fácil, talvez se fosse não teríamos tanta vontade como temos.

MR - Sabemos que o mercado nacional em relação ao Death Metal ainda atua de uma forma muito independe. Como vocês o vêm?

Koervo: Acredito que a música de composições próprias no Brasil é muito desvalorizada. Em grande parte da diversidade de estilos existentes aqui muitos músicos tem que dar um “jeitinho” para comprar seu equipamento, e conciliar a banda com um trabalho ou estudo... esperamos que esse período passe logo (risos).

Zozi: Isso que o Koervo disse infelizmente é fato no cenário underground, pois shows de bandas covers têm muito mais público do que bandas de som próprio. Eu também gosto de ver shows destas bandas, pois não temos oportunidade de ver grandes bandas por aqui por um preço acessível, porém acaba faltando espaço para quem está começando a divulgar seu próprio som. E como dizia o Ciero, nós que queremos tocar Metal temos que pensar que sempre teremos gastos, pois é um tipo de som que exige bons equipamentos, se não fica um som inaudível, e não temos nenhuma ajuda em relação a isso, inclusive estamos precisando de amplificadores, se alguém quiser ajudar, será muito bem vindo (risos).

Maicon: A cultura brasileira não colabora e nunca vai ter colaboração para o estilo Death Metal ou qualquer outro estilo dentro daquilo que nós chamamos de metal, lá fora já é difícil ganhar algo com o estilo, e quando falamos de ‘Brazilian Death Metal’, a coisa se torna mais difícil.

James: Como eu disse acima, sabemos que não é fácil, mas estamos batalhando. Não vejo problema no trabalho independe quando bem feito, conheço muitas pessoas que trabalham em prol da cena extrema de maneira independente, todos devemos muito a essa paixão que sentem pelo metal extremo.

MR – Muito obrigada pela entrevista! E eu gostaria que vocês deixassem um recado para os nossos leitores.

Chaos In.c: Nós que agradecemos esta oportunidade e iniciativa do MR, e estamos muito felizes com a resposta das pessoas em relação a nosso material e a presença nos shows, pois sem o público não há show!

Convidamos todos os leitores a nos verem em breve e continuaremos divulgando nosso material o máximo que pudermos. Nosso som pode ser conferido no www.myspace.com/chaosincextreme e www.youtube.com/chaosincx , confiram!

- Entrevista da banda Chaos Inc concedida ao Portal Revolution, realizada pela Coordenadora do Portla Juliana Lorencini.

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