sábado, 9 de abril de 2011

Entrevista - Chemical Disease

A banda Chemical Disease foi formada em 2008 por Alexandre Freitas, guitarra e vocal (ex Zero Vision), que então decidiu regravar o material perdido de sua primeira banda “Sorcery”, grupo de thrash metal que chegou a gravar duas demos no final dos anos 80 (Chemical Disease, 1988 e Sad Reality, 1989), antes do seu fim em 1990.

Após algum tempo novos membros foram incorporados, Corvo no baixo, Ricardo “Alemão” Nutzmann, (ex RHD e atual Desalmado), na bateria e Tiago “Visceral” (ex Calibre 12) para fazer a segunda guitarra, completando assim a formação.

Atualmente a banda está em estúdio compondo e ensaiando material novo para um futuro CD. Que segundo eles incluí crueza da velha escola thrash, com a técnica e velocidade dos dias atuais. Para saber um pouco mais sobre esse processo e sobre a banda seguimos com uma entrevista feita no mês Abril.

MR – Quando começou a banda?

Tiago: O embrião começou com o Ale em 1988, quando a banda ainda se chamava Sorcery. Eu entrei em novembro de 2009, quando fechamos a trupe já com o nome Chemical Disease.

Alemão: Em 2008 quando Corvo e Ale (Spike) me mostraram alguns riff’s do antigo Sorcery, tocamos umas músicas sem nada muito certo, e decidimos ressuscitar a banda dando uma cara um pouco mais atual com a mudança do nome para Chemical Disease.

Alex: O Chemical Disease começou em 2008, quando mostrei uma demo gravada em casa para o Corvo.

Corvo: No final de 2008 quando o Ale (Spike) me mostrou alguns riff’s do antigo Sorcery.

MR – Vocês já estão a algum tempo gravando para esse álbum. Atualmente quantas músicas já estão prontas?

Tiago: Praticamente quase todas as músicas já estão gravadas, só faltam gravar as linhas de baixo e alguns vocais.

Alemão e Corvo: Temos onze musicas Próprias e um cover gravado da banda RDP, mas ao vivo também tocamos Critical Mass do Nuclear Assault.

Alex: Temos dez músicas próprias gravadas e dois covers, RDP - Vida Animal, e o tema do filme Cheech & Chong (Queimando Tudo). Falta apenas gravarmos os alguns vocais e o baixo, e terminamos a fase das gravações.

MR – Como tem sido o processo de composição?

Tiago: Pra mim o mais complicado foi pegar as músicas que já estavam prontas, muitas delas o Ale já tinha criado e a banda já ensaiava a algum tempo. Demorei um pouco pra pegar tudo, pois estava meio fora de forma, além disso, eu e o Ale tivemos que combinar as partes das guitarras junto com as palhetadas, arranjos e tal. Quando eu entrei minha soma foi em alguns riffs e solos que ainda não tinham em todas as músicas. Mas compusemos uma música nova pra gravar no disco e foi tranqüilo, todos opinam e cada um trabalha em cima do som naquilo que faz melhor em seu instrumento. Geralmente as bases são feitas pelo Ale, mas nós inserimos nossas ideias e arranjos juntos.

Alemão e Corvo: A maioria das musicas vem do material antigo do Sorcery, gravamos todas as músicas com a pegada atual da banda e temos duas musicas novas, porem gravamos apenas uma.

Alex: Todas as músicas que gravamos, com excessão de uma que é nova, são do material antigo do Sorcery de 86 à 89, por isso (soamos tão old school!) já temos varios riffs novos e estamos ansiosos para compormos juntos pra ver o que rola.

MR – Há alguma previsão de lançamento do cd?

Tiago: Queremos terminar as gravações ainda em Abril ou começo de Maio, depois vamos estudar algumas propostas para lançar. Nossa meta é terminar tudo até o meio do ano.

Alemão e Corvo: Sim, até o meio deste ano pretendemos estar com o material em mãos.

Alex: Nossa meta é terminar tudo até o meio do ano.

MR - Quais são as influências musicais de cada um de vocês? E de que forma ela influencia no processo de composição?

Tiago: Eu sou fã incondicional de Motörhead, mas escuto muita coisa diferente, rock and roll, instrumental, blues, speed metal, hardcore, erudito e por aí vai. Gosto das bandas Thrash e Death dos anos 80 e 90, curto muita coisa européia também. Ultimamente tenho escutado direto Deicide, Gama Bomb, Immaculate, Violator e Korzus. Na hora de compor, tudo aquilo que a gente toca e escuta fica na cabeça, então procuramos bolar algumas coisas com essas referências sem imitar ninguém.

Alemão: Como baterista, sempre ouvi Thrash Metal, HardCore, Death Metal, GrindCore. Mas também ouço músicas bem variadas como música instrumental, admiro músicos bons e criativos que se propõem a tocar um estilo totalmente voltado aos instrumentos.

Alex: Slayer, Sacrifice, Kreator e bandas antigas nessa linha, o som já tá tão enraizado em nossas mentes que o resultado acaba sendo o som característico do Chemical

Corvo: Bom, Como Contra-Baixista de Thrash Metal tive muita influência do Cliff Burton (Metallica), Greeg Christian (Testament) Frank Bello(Anthrax) e como meus parceiros do Chemical não estão muito fora desta linha, as composições saem muito espontâneas de cada um.

MR – A banda é composta por músicos muito experientes que já atuam na cena metal há algum tempo. Há quanto tempo cada um de vocês está na estrada?

Tiago: Eu comecei a curtir som em 1990, já faz um tempinho. Eu toco desde essa época, Tive bandas covers de heavy-metal e punk-rock, Toquei direto mais de 10 anos em várias bandas e fiquei fora dos palcos por uns 4 anos, mas nunca parei de tocar e estudar, até porque sou professor de guitarra, sempre tenho trabalhado com aulas.

Alemão: Eu Alemão, toco em banda desde 1997.

Alex: Eu tô na estrada desde 86 quando comecei o Sorcery.

Corvo: Eu Corvo, desde 1999.

MR – Qual a visão de vocês da cena do metal, e em especial do thrash metal nacional? Vocês acreditam que ela tenha se modificado ao longo desses anos e de que forma?

Tiago: O metal nacional por mais que tentem dizer ao contrário sempre existiu, lógico que o boom das bandas é meio cíclico, agora estamos de volta numa fase legal, muitas bandas boas e músicos talentosos estão por aí. O que peca aqui é a falta de espaço e patrocínio para tocar. Com um pouco mais de profissionalismo a gente consegue ir longe. Hoje o Brasil é rota de grandes festivais e turnês das bandas. Para se ter um exemplo, agora em março/abril tivemos e vamos ter uns 5 shows grandes, isso nunca acontecia anos atrás. Quando tivermos um pouco mais de estrutura com certeza vamos crescer muito mais.

Alex: A cena thrash ta renascendo com força total no Brasil e no mundo, hoje tem thrashers em toda parte, nos anos 90, não tinha mais movimento praticamente, não rolava mais shows e esse foi um dos motivos do final do Zero Vision, hoje com a internet e o Myspace, a forma de divulgação é totalmente diferente, mas sinto falta do movimento de Zines que tinha na época, que era uma galera que realmente apoiava a cena e as bandas por amor ao movimento.

MR – Mesmo em estúdio sei que vocês têm feito algumas apresentações, como é estar nos palcos? Já estão testando algum material novo nesses shows, como tem sido a recepção do público?

Tiago: Está sendo muito bom, fizemos poucos shows, mas a galera tem curtido bastante, pra mim está sendo ótimo fazer uma barulheira depois de algum tempo, tem muita gente nova começando a curtir um som, montar bandas, organizar eventos, acho que o caminho é por aí.

Alemão: O palco é a melhor sensação que um musico pode ter! E com o Chemical Disease não é diferente, somos muito bem recebidos pelo publico e na cena em geral.

Alex: O palco é sem duvida a melhor parte em ter uma banda, e a reação do público é sempre a melhor possível, acho que é porque fazemos o som que a galera quer ouvir, com amor e propriedade de causa, direto e sem frescuras. Queremos lançar o álbum para testarmos o material novo aos poucos.

Corvo: O palco é a melhor sensação que um musico pode ter na minha opinião. E com o Chemical Disease não é diferente, somos muito bem recebidos pelo publico e pelas casas em que trabalhamos nos apresentando.

MR – Fora o Chemical Disease, vocês possuem outros projetos musicais? Quais?

Tiago: Eu tenho um projeto solo de música instrumental com influências de jazz, blues e fusion.

Alemão: Sim, eu toco na banda de grindcore Desalmado.

Alex: Eu e o Corvo tocamos também em uma banda Stoner chamada Machina Monstro, Também tenho um projeto de Trip-Hop chamado Spike09.

Corvo: Sim, eu trabalho com o Ale no Projeto StonerRock chamado MachinaMonstro (o qual oos conhecemos) e também trabalho no Metallica Brasil Tribute Fazendo Tributo ao Metallica na grande São Paulo e interiores.

MR – Na atualidade vocês acham importante as bandas tocarem no exterior? Por quê?

Tiago: Sim claro, também queremos fazer isso. Muita gente pensa que isso é coisa de banda grande, mas o primordial de tocar lá fora é a divulgação do seu trabalho em um patamar maior, além do retorno financeiro e o contato com outras culturas que também é muito importante. Todo mundo que volta de fora fica com outro pensamento, querendo melhorar as coisas por aqui. O legal também é que as bandas que vão fazer turnês no exterior lucram mais com cachê e venda de merchan, uma vez que para se sustentar uma banda existe um gasto bem significativo.

Alemão: Sim, porque é um tipo de trabalho que fora do Brasil tem uma visualidade e estrutura bem maior e mais aceita.

Alex: É fundamental, por vários motivos, e um deles é para o próprio reconhecimento do público interno, além do fato de que é no exterior, na Europa especificamente, que as coisas de fato acontecem no Metal

Corvo: Sim, Mesmo porque é um tipo de Trabalho que fora do Brasil tem uma visualidade bem maior e mais aceita.

MR – Muito obrigada pela entrevista e eu deixo esse espaço em aberto para que vocês deixem uma mensagem a todos!

Tiago: Gostaria de dizer que nós devemos cada vez mais nos unir, independente do estilo musical, temos que ser mais apoiadores uns dos outros, só assim poderemos crescer. União e respeito sempre.

Alemão: Gostaria de Agradecer pelo espaço que foi proporcionado ao Chemical Disease. E em breve estaremos nos palcos de todo o Brasil

Alex: Obrigado! E aguardem o lançamento do álbum, que já esta matador! E os shows vão estar mais intensos do que nunca!

Corvo: Gostaria de Agradecer pelo espaço que foi proporcionado ao Chemical Disease desta entrevista. E em breve estaremos nos palcos da Grande São Paulo e Interiores de São Paulo.

Chemical Disease:

- Entrevista da banda Chemical Disease concedida ao Portal Revolution, realizada pela Coordenadora do Portal Juliana Lorencini.

Nenhum comentário:

Postar um comentário