terça-feira, 23 de abril de 2013

Sonata Arctica: “Não existe show ruim no Brasil! Os fãs são incríveis!”


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A Finlândia é famosa pela sua excelente diversidade cultural e musical. E, por mais incrível que pareça, o heavy metal tem sido o principal produto de exportação deste país nórdico. A quantidade e a qualidade das bandas surgem por lá chega a ser assustadora. Um ótimo exemplo disso é o Sonata Arctica. O grupo formado por Tony Kakko (vocal), Elias Viljanen (guitarrista), Marko Paasikoski (baixo), Henrik Klingenberg (teclado) e Tommy Portimo (bateria) é um dos grandes nomes deste cenário, ainda mais agora, com a conquista do disco de ouro com “Stones Grow Her Name”.
Prestes a desembarcar no Brasil, a The Ultimate Music teve a oportunidade conversar com o vocalista Tony Kakko para falar sobre diversas curiosidades sobre o novo álbum, a expectativa de reencontrar os fãs, além de outros assuntos pertinentes sobre a carreira do Sonata Arctica.
por Juliana Lorencini
edição Costábile Salzano Jr
normal_SonataArctica2012_promo_05A última vez que vocês estiveram no Brasil foi em 2010. Vocês se apresentaram em São Paulo e o show foi praticamente sold out. Quais recordações vocês tem dessa passagem e quais são as expectativas para esse retorno ao Brasil?
Tony Kakko: Esse foi show foi muito especial! Não acho que seja possível ter um show ruim no Brasil. O público é tão incrível, que por si só faz o show por nós. Espero que eles tenham gostado disso também. Acredito que nenhum de nós tenha uma expectativa diferente do que da última vez. Será como andar em uma montanha russa e espero que todo mundo esteja preparado para se juntar a nós!
No ano passado, vocês iniciaram a Stones Grow Her Name World Tour, que já passou por diversos países da Europa. Como tem sido a receptividade dos fãs até o momento em relação a “Stones Grow Her Name”?
TK: Tem sido em grande parte positiva. Estamos cada dia em rumo de uma nova direção e, felizmente, com isso, temos conquistado novos fãs. Espero que os brasileiros façam parte deste sucesso.
Sempre que um novo álbum é lançado, isso significa adicionar as novas canções ao presente setlist e remover algumas outras, alterações que nem sempre agradam os fãs. Como o Sonata prepara seu setlist a cada nova turnê? E de alguma forma há uma preocupação em agradar aos fãs?
TK: Fomos muito criticados no passado por tocar o mesmo setlist muitas vezes, o que na verdade nesse caso diz algo sobre os álbuns lançados. Tinhamos um monte de músicas de muitos dos álbuns que simplesmente não traduzem o momento. E isso é realmente infeliz. Mas com “Stones Grow Her Name” isso é completamente diferente. É ótimo ao vivo, divertido de tocar e fácil para “entender”. Então sim, tendo dito isso, renovamos MUITO nosso setlist desde a última vez. Não podemos ouvir muito o que os fãs dizem quando estamos montando o setlist, alguns gostam de sopa outros preferem salada e há elementos que não necessariamente compõe uma boa mistura. Abandonamos um monte de coisas “super rápidas” o que naturalmente não agrada aos fãs, mas por um outro lado, as pessoas que descobriram o Sonata Arctica mais recentemente, podem não gostar de “Blank File”. Acho que isso é fundamental primeiro agradar a si mesmo e fazer um setlist que você goste de tocar. E isso aparece quando a banda tem um bom momento no palco, isso faz um show melhor.
Falando um pouco sobre o mais recente trabalho “Stones Grow Her Name”. Como foi o processo de composição e gravação? Quais foram as principais influências de vocês para esse trabalho?
TK: KISS não tem nada a ver com isso, embora eu tenha escrito “K.I.S.S.” no meu desktop enquanto estava escrevendo as músicas. Mantenha isso como algo besta. Então eu apenas tentei escrever as músicas que soam mais como algo conhecido, algo como nós fizemos em “Ecliptica”, apenas um pouco diferente. “Full Moon” caberia muito bem em “Stones Grow Her Name”. Então posso dizer que as minhas principais influencias neste álbum foram o próprio Sonata Actica. O processo de composição foi muito fácil. Pensei que tivesse esquecido como escrever músicas assim e ido muito fundo no final progressivo do poço. Mas depois de uma pequena luta e algumas conversas com os caras, eu estava convencido que esse seria o caminho que tomaríamos agora. Deste ponto, a vida é ridiculamente fácil. Tenho ouvido bastante Devin Townsend e seu trabalho deve ter tido alguma influencia, mas não sei. Deixo isso para vocês decidirem.
De alguma forma o que vocês estão ouvindo antes ou durante o processo de composição os influencia?
TK: Não escuto muitas bandas ou música em geral quando estou compondo. Simplesmente não existe tempo para isso e preciso do meu silêncio também. Acredito que essa coisa de “não escutar música” é algo muito comum para muitos compositores. Você sente medo de acidentalmente copiar algo.
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Há alguns anos, o Sonata lançou dois álbuns contendo apenas covers. Como foi feita a escolha das faixas que compõe o álbum? Lançar um álbum de covers para vocês é uma forma de homenagear as bandas que vocês gostam ou apenas uma vontade pessoal da banda de tocar músicas que vocês gostem ou de alguma forma os influenciaram?
TK: Eu realmente gostaria de ouvir mais sobre esses álbuns… Não posso me lembrar de nós gravando um álbum cheio de covers, esqueça aqueles dois álbuns. Se tais coisas estão lá, elas não serão lançadas em nenhuma instancia oficial e não ganharemos um centavo por elas, o que é triste. Mas o que vem dos covers que gravamos, alguns apenas queríamos gravar porque gostamos da banda em particular ou de alguma música. No começo da nossa carreira nos pediam para gravar algumas músicas para álbuns tributo. Coisas como Helloween, Scorpions e Metallica. Coisas divertidas!
O Sonata Arctica faz parte de um grupo seleto de bandas bem-sucedidas dentro do que chamamos de metal melódico.  Depois de tantos anos, como vocês veem o gênero através dos anos até hoje em dia?
TK: Isso é engraçado, mas não sigo nenhum gênero, logo não posso falar muito sobre isso. Certamente mudamos bastante durante esses anos, mas… Eu penso que o metal extremo é “pop” atualmente, ou por enquanto. Pra mim, o melódico é um grande amor e sempre será. É isso que eu sei.
Existe alguma banda mais recente que mereça ser destacada por vocês como uma promessa para um futuro próximo?
TK: Battle Beast, da Finlândia! Eles são realmente melódicos e heavy metal com lindos vocais femininos, ásperos, jovens e ansiosos.
Em uma época onde o MP3 domina o mercado fonográfico, como foi ganhar um disco de ouro com “Stones Grow Her Name”?
TK: Isso é bom. Embora alcançar isso na Finlândia não signifique ganhar dinheiro de fato… Nada sendo 10.000 cópias. Não acho que se quer podemos cobrir nossas despesas com isso. Mas é bom saber que pessoas ainda compram CDs. Fico feliz em saber que ainda existem lugares oficiais e legais onde você pode comprar ou baixar músicas e álbuns. Apenas não consigo entender essa moda, isso não soa bem… Ou eu estou apenas muito velho para toda essa merda? (risos)
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A Finlândia é mundialmente conhecida pela grande quantidade de bandas que de lá vem, em especial as de metal. Para vocês enquanto músicos é possível viver apenas de música no seu país ou mesmo com essa abertura cultural trabalhar apenas com música ainda não é algo viável para os músicos finlandeses?
TK: Sim, felizmente nós estamos nessa posição. E realmente não temos nenhuma opção para isso. Eu não me contrataria como um empregado. Gasto muito do meu tempo com essa banda, em turnê ou no estúdio. Não é nenhum pródigo que fazemos, mas isso alimenta famílias.
Após inúmeras turnês, qual momento mais engraçado ou até mesmo estranho vocês já tiveram durante um show?
TK: Ah, há muitos coisas engraçadas que aconteceram. A maior parte são apenas piadas internas entre a banda e crew. O Masters of Rock Festival, na República Tcheca, em 2008, foi memorável podemos dizer, pelo menos. A energia elétrica foi cortada por causa de uma tempestade e todos os instrumentos ficaram mudos, exceto meu microfone, por qualquer razão. Mas o show deve continuar, penso, e comecei a cantar “Full Moon” à capela. Você pode achar vídeos no Youtube feitos pelo público. E isso foi engraçado e estranho ao mesmo tempo.
A The Ultimate Press agradece pela entrevista e eu gostaria que vocês deixassem uma mensagem para os fãs brasileiros do Sonata Arctica.
TK: Demorou um pouco, mas agora finalmente estamos de volta! E estamos muito empolgados! Não sei quantos shows inesquecíveis pode-se ter no Brasil, mas eu já sei que esse será mais um! Vejo todos vocês em breve! Venham cantando e com sapatos de festa!
Entrevista realizada para a The Ultimate Music e utilizada como material de divulgação da assessoria

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